O redator que sonhava com All Type e acordava com o ego ferido!
A redenção do redator, sempre relegado às letras miúdas econômicas das criações com base no jargão popular “uma imagem vale mais do que mil palavras” (e eu quero ver você dizer isso através de uma imagem!), começa com a penosa descoberta de um conceito de verdade e termina com letras garrafais preenchendo todo o espaço do anúncio, sem ter que competir com imagens, efeitos e afins... o preto no branco, ou qualquer cor que lhe apeteça... o importante mesmo é a mensagem em si. Ela tem que ser inteligente, original, inusitada, bem humorada, forte, reflexiva... enfim, seja lá o tom da palavra, ela é o peso do anúncio, a vedete principal: o início - o meio e o fim, ou melhor, o ponto final (já dizia Rauzito, o maluco beleza). E como isso é difícil, não é pra qualquer um, tem redator que passa uma vida inteira tentando e só passa ridículo! A morte para um redator é ter que criar os famosos títulos “foto-legendas”, quer dizer, o título vai lá, no lugar que lhe cabe no latifúndio da peça pra reforçar o que a imagem está querendo “dizer”. Ou seja, explica a foto aí, pra que não reste dúvidas... a imagem, a imagem, sempre a imagem! Eu queria ver as pessoas numa reunião de trabalho se comunicando através de imagens... ainda é capaz de algum idiota ignorante dizer que assim elas ficariam menos chatas e maçantes! Mas mesmo assim, dizendo isso, ele teria inevitavelmente que utilizar as palavras, porque vai falar isso através de uma imagem! Alguém aí já viu uma marca de sucesso que não tenha ou não seja chamada pelo nome? O Prince já tentou isso uma vez e foi um fiasco! Até quando nos falta a palavra diante de alguma coisa incrível, a gente acha bonito dizer: fiquei sem palavras! E pensando no macro mundo agora, porque por incrível que pareça senhores publicitários, existe sim um mundo lá fora, habitado por pessoas de carne e osso que não necessariamente estão vivendo passivamente à espera de um anúncio milagre criado por você pra não morrer de sede! E pensando no mundo lá fora, o que seria da bossa nova sem as “letrinhas” da garota de Ipanema? O que seria dos Titãs sem a poesia de Arnaldo Antunes? O que será, que será da música brasileira sem a sonoridade das histórias de Chico Buarque? O que seria, afinal, do Tarzan sem o seu grito inconfundível? Mais um maluco marombado, pelado, estressado, pendurado num cipó balangando pra lá e pra cá... pra quê mesmo?
A redenção do redator, sempre relegado às letras miúdas econômicas das criações com base no jargão popular “uma imagem vale mais do que mil palavras” (e eu quero ver você dizer isso através de uma imagem!), começa com a penosa descoberta de um conceito de verdade e termina com letras garrafais preenchendo todo o espaço do anúncio, sem ter que competir com imagens, efeitos e afins... o preto no branco, ou qualquer cor que lhe apeteça... o importante mesmo é a mensagem em si. Ela tem que ser inteligente, original, inusitada, bem humorada, forte, reflexiva... enfim, seja lá o tom da palavra, ela é o peso do anúncio, a vedete principal: o início - o meio e o fim, ou melhor, o ponto final (já dizia Rauzito, o maluco beleza). E como isso é difícil, não é pra qualquer um, tem redator que passa uma vida inteira tentando e só passa ridículo! A morte para um redator é ter que criar os famosos títulos “foto-legendas”, quer dizer, o título vai lá, no lugar que lhe cabe no latifúndio da peça pra reforçar o que a imagem está querendo “dizer”. Ou seja, explica a foto aí, pra que não reste dúvidas... a imagem, a imagem, sempre a imagem! Eu queria ver as pessoas numa reunião de trabalho se comunicando através de imagens... ainda é capaz de algum idiota ignorante dizer que assim elas ficariam menos chatas e maçantes! Mas mesmo assim, dizendo isso, ele teria inevitavelmente que utilizar as palavras, porque vai falar isso através de uma imagem! Alguém aí já viu uma marca de sucesso que não tenha ou não seja chamada pelo nome? O Prince já tentou isso uma vez e foi um fiasco! Até quando nos falta a palavra diante de alguma coisa incrível, a gente acha bonito dizer: fiquei sem palavras! E pensando no macro mundo agora, porque por incrível que pareça senhores publicitários, existe sim um mundo lá fora, habitado por pessoas de carne e osso que não necessariamente estão vivendo passivamente à espera de um anúncio milagre criado por você pra não morrer de sede! E pensando no mundo lá fora, o que seria da bossa nova sem as “letrinhas” da garota de Ipanema? O que seria dos Titãs sem a poesia de Arnaldo Antunes? O que será, que será da música brasileira sem a sonoridade das histórias de Chico Buarque? O que seria, afinal, do Tarzan sem o seu grito inconfundível? Mais um maluco marombado, pelado, estressado, pendurado num cipó balangando pra lá e pra cá... pra quê mesmo?
4 comentários:
... e o que seria de nós, de mim, sem as suas palavras?
"palavras, palavras, palavras, palavras..." (é Cássia Eller, tá?)
bjs
Bela página. Sua escrita é firme e de jornalista competente. Não vi ainda o seu perfil, mas acho que é.
Vou continuar a leitura aqui 1 abraço
Oi Sil!
Tá muito massa o seu blog!
Tõ sem muita coisa pra fazer hoje aqui no trampo e li um monte de coisa!
Adoro ler o que vc escreve, simplesmente porque é gosotoso, a leitura "flui" legal e além disso são muito interessantes as coisinhas que vc põe aqui...
Super beijo!
Na qualidade de infortunado escriba, assino embaixo – lembrando que a assinatura, ainda que seja um nome próprio, não deixa de ser uma palavra! Excelente texto, querida.
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