24.4.09

Saudade de mim




Saudade
Aperto na alegria da minha vida
Tempos difíceis esses
Recessão de afetos, carinhos, verdades

Saudade
Vazio ecoando nas esquinas dos dias
Lugares desocupados de repente, sem nenhum aviso prévio

Saudade
Vácuo sentimental pulsando capenga pelas artérias
Caminhos frios, rios de tinta invisível escrevendo histórias inspiradas no nada

Saudade
Corte profundo na pele pálida da madrugada
Hemorragia desatada correndo solta, sem rumo, sem parada

Saudade
Buraco aumentando no mundo e sufocando minha atmosfera
No fundo me afundo no elo perdido, sozinha no escuro, ausência total de mim mesma

Saudade infinita da cara metade
Que às vezes me invade
Surto no branco
Frente sem verso
Metade de mim
Reverso da minha vontade
Avesso do meu desejo
Coroa meus pensamentos
Não me deixa em paz