Minha poesia tem letras que brincam.
Fazem cirandas, giram, me pegam, se escondem.
Mas no final do dia, antes de me deixarem, elas se reúnem para rir e chorar comigo.
Para comemorar encontros, curar feridas.
Minha poesia tem letras vivas, querendo crescer crianças, sem perder o brilho.
Querem viver emoções, com tudo o que é puro e simples.
Minha poesia tem letras que contam a sua história, permitem experimentar tudo de bom e ruim.
Querem se superar, alcançar o infinito.
Minha poesia tem letras que nadam contra a correnteza, que voam contra o vento, que saem de casa às avessas.
Querem desafiar o tempo, amarelar os papéis.
Minha poesia tem letras de línguas soltas, que não respeitam ninguém, que só ouvem a si mesmas.
Querem rosar a cara dos caretas.
Minha poesia tem letras que gostam de outras letras, que gostam da gente, que se entendem com a gente.
Querem preencher os pensamentos em branco.
Minha poesia tem letras que falam de mim, de você e me fazem sonhar.
Querem ser o que eu nem sempre consigo ser.