palavras
Escrevo como respiro: às vezes hábito, às vezes suspiro.
20.8.10
Sereia
9.8.10
26.4.10
Língua Viva
Exposição Temporária "Menas".
Painel "Espie as palavras".
Estação da Luz.
Trecho do texto "Estar sendo. Ter sido." de Hilda Hilst.
Árvore das Palavras: esculutra de Rafic Farah com 16m de altura.
Painel gigante com frases popoulares.
Frases de pára-choque de caminhões.
Capa de um disco (LP) do Chico Buarque.
Expsoição Temporária "Menas"
Outro passeio que recomendo muito é o Museu da Língua Portuguesa. Um museu moderno, interativo e totalmente tecnológico que proporciona uma viagem dinâmica e envolvente pelo nosso idioma. Numa atmosfera lúdica e nem um pouco sisuda, é uma verdadeira quebra de paradigma às regras gramaticais do nosso português arcaico, mostrando uma língua viva e mutante como parte intrínseca da nossa identidade cultural. Provavelmente um dos nossos maiores valores, nossa língua é muito mais do que a forma como nos comunicamos, mas como somos na essência. Um patrimônio imaterial que deve sim nos orgulhar e nos emocionar a cada palavra. Até mesmo os menos chegados a uma boa leitura, ou aos desafios da escrita se rendem aos textos expostos em cada esquina do passeio. Afinal, o encontro com cada palavra, frase, letra ou locução ali colocadas é um encontro com nós mesmos.
Sem falar no lugar onde está instalado o museu: no edifício da Estação da Luz, um patrimônio histórico do Século XIX, lindíssimo e muito bem conservado. Um cenário para altas fotos, em frente à Pinacoteca do Estado, outra construção belíssima e que não deixa nada a desejar em relação aos grandes museus da Europa.
A exposição temporária “Menas – O certo do errado. O errado do certo.” É um show à parte, tanto na forma visual como se apresenta quanto na maneira de escancarar nossos “erros” lingüísticos, mostrando como saímos do padrão culto da língua para criar uma maior amplitude de comunicação através de uma linguagem popular. O próprio nome “Menas” já é uma provocação à utilização, errônea, da concordância com o gênero feminino do advérbio “menos” que por ser advérbio é invariável.
Neste universo de letras, ideias e pensamentos onde o popular se encontra com o culto resultando numa mistura de pura poesia brasileira, não há como não se apaixonar ainda mais pela nossa língua portuguesa, com certeza!
A exposição temporária “Menas” vai até 27 de junho.
O museu abre sempre de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00. Nas últimas terças-feiras de cada mês, o museu permanece aberto até às 22h00. Os ingressos custam R$ 6,00 (inteira) e R$ 3,00 para estudantes (apresentação da carteira).
Pop Art na veia
Auto-retrato
14.4.10
Timeline Lovers
O cúmulo do pragmatismo: expressões cheias de impressões em apenas 140 caracteres.
Silêncio total do outro lado do teclado. Seria um mero offline ou um sinal de total desinteresse pelo lado de cá do teclado? Ó dúvida cruel.
Mania de perseguição: pessoas estranhas me seguindo. Devo me preocupar pacas, pouco ou picas?
Troca de energia gracinha: VC twitta. Eu RT. Quem sabe a conversa não evolui para uma DM?
Coitada da nossa língua portuguesa. Agora é escrita em 140 caracteres. Haja resumo pra tão pouco espaço. Salve o link!
Frases enlatadas. Pensamentos espremidos. Palavras condensadas. Se caprichar no tempero, o cardápio pode ser bem interessante.
Você me segue para ser seguido ou é puro interesse?
Instabilidade total no twitter: Follow. Unfollow. Follow. Unfollow. Follow. Unfollow.
Vertigem total: cursores enlouquecidos. Cliques alucinados. Infinitos acessos. Links badalados. Curiosidade sem fim na janelinha virtual.
A gente se encontra no twitter. No seu ou no meu?
Seguir ou ser seguido. Eis a questão!
Los Destemidos em: a saga da vida real.
Destemidos não têm medo de encarar a realidade.
Trabalhar até tarde.
Ouvir todo tipo de bobagem.
Mesmo ganhando salário pela metade.
Destemidos não têm medo de dizer a verdade.
São movidos à boa vontade.
À busca pela criatividade.
À lei da sinceridade.
Destemidos não têm medo de nada.
Usar roupa amassada.
Assumir a parada.
Comer pizza de madrugada.
Destemidos não têm medo da luta diária.
De estação rodoviária.
26.3.10
Balada do Tempo (O Tempo Avuadô)
Xilo de J. Victtor para o cordel “O Velho Raimundo e o Anel Misterioso”.
O tempo avuô...
Côro: Avuô... Avuô...
Deixa o tempo avuá...
Côro: Avuá... Avuá...
Cê num foge do tempo, minino.
Que ele vai te pegá...
Côro: Avuá... Avuá...
O tempo avuô...
Côro: Avuô... Avuô...
Deixa o tempo avuá...
Côro: Avuá... Avuá...
Quem avua com tempo, minina.
Deixa a vida levá...
Côro: Avuá... Avuá...
O tempo avuô...
Côro: Avuô... Avuô...
Deixa o tempo avuá...
Côro: Avuá... Avuá...
Se o tempo num avua, minino.
Ocê pára no ar...
Côro: Avuá... Avuá...
O tempo avuô...
Côro: Avuô... Avuô...
Deixa o tempo avuá...
Côro: Avuá... Avuá...
Quem avua com vento, minina.
Num se pode para...
Côro: Avuá... Avuá...
O tempo avuadô...
Quem num sabe, apavoro...
Se perdeu num pensamento...
Virô pó no firmamento...
Côro: Avuô... Avuô
18.3.10
"O petróleo é nosso" é tão Anos 70!
Sempre que posso, acompanho as críticas do Jabor e compartilho do mesmo sentimento que ele expressa em relação aos temas polêmicos do país.
Mas, particularmente nesta quinta-feira, 18 de março de 2010, sou obrigada não só a discordar, mas também a me manifestar a respeito do que ele disse sobre o pré-sal e os royalties do Rio de Janeiro.
Eu adoro o Arnaldo Jabor, mas levantar como argumento - contra a lei do Ibsen que determina o repasse proporcional das riquezas do pré-sal aos estados brasileiros – o fato do Rio de Janeiro ter sido já prejudicado com a perda da sede da capital da República (lembra?), de sedes industriais (responsabilidade única e exclusiva dos governos vigentes e seus incentivos fiscais) e, finalmente, ser entregue à gestão de governos e políticos desinteressados e corruptos, que deixaram o estado e a cidade à mercê de “camelôs e do crime organizado”, em suas próprias palavras... francamente!
Acho sim, que esta lei deve ser discutida por ser uma decisão delicada, que precisa ser pensada, planejada. Coisa que o Brasil ainda não está acostumado a fazer. Mas também na podemos encarar essa discussão dessa maneira tão “maniqueísta”. Afinal das contas, o que dizer de São Paulo? Um estado responsável pela geração de um PIB expressivo, revertido proporcionalmente em investimentos que beneficiam todo o país, apesar de todo o seu histórico de dirigentes irresponsáveis (vide Maluf, Pitta, etc) e, apesar de tudo isso, continua trabalhando e gerando riquezas que se dividem e se revertem por todo o país?
Agora sou eu, uma “Maria ninguém” que pergunta: onde fica São Paulo e seu povo guerreiro. Com todo o respeito, Jabor, ainda não sou contra, nem a favor a distribuição proporcional das riquezas do pré-sal por todos os estados brasileiros. Mas seus argumentos foram fracos e, no mínimo, infundados. Tão antigos e vazios quanto o Brasil Colônia.
Acho que os outros estados, pelo menos São Paulo, merecem um pouco mais de respeito no que se refere à sua importância histórica no desenvolvimento deste país, mesmo no que se refere a tantas injustiças cometidas contra o estado do Rio de Janeiro.
Você até finaliza o seu texto com uma previsão ameaçadora no que diz respeito às Olimpíadas e toda a questão da candidatura do estado do Rio. Como se fosse fruto de uma disputa política, onde hinos de Ode ao Rio foram entoados aos quatro cantos, aproveitando-se dos clássicos “Cidade Maravilhosa” ou “Rio de Janeiro como eu gosto de você”... enfim, esquecendo-se de que São Paulo também estava nesta disputa e perdeu. Não por conta dos seus recursos ou capacidade de realizar, mas por conta justamente da paisagem e beleza estonteante do Rio, das forças politicamente poderosas como a Globo. Justamente os argumentos que você repudia agora!
Então, Jabor, não perca mais o foco. Você tem razão quando diz que essa lei é irresponsável. Mas porque ameaça a vida de milhares de pessoas (fluminenses) que sobrevivem das atividades e recursos oriundos do petróleo. Não porque o estado do Rio se sente ultrajado por ter sido, no passado, a grande e próspera capital da República e hoje estar no estado que está. Essa culpa não é do pré-sal! Aliás, as desgraças do Rio são resultados de outros tempos, até dessa cultura colonial, como você mesmo já disse antes em outros comentários. O problema é que, apesar de ser a cidade maravilhosa, o Rio e todo o estado, parou no tempo... talvez naquele tempo dos maravilhosos pecados e tentações da velha colônia.
Pense nisso.
8.3.10
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira.
28.2.10
Tolerância
Interessante e totalmente atemporal este pensamento. Por isso os filósofos são, na minha opinião, atuais e imortais.
Além de democracia de pensamento, esta frase também tem muito de uma coisa que, cada vez mais, precisamos ter nos dias de hoje: tolerância!
Penso que até os reacionários mais ferrenhos, os preconceituosos, os moralistas, os tradicionais, e os ignorantes têm o direito de pensar como pensam, contanto que achem a mesma coisa de quem não pensa como eles.
Quanto mais eles se expressarem dizendo o que pensam sobre os opostos, melhor.
Enquanto eles apedrejam os homossexuais, os negros, as mulheres, os pobres, os libertários, as prostitutas, os poetas, os streapers, os artistas... mais podemos ter a noção do mundo que vivemos. Que apesar da revoluções tecnológicas, nosso maior desafio mesmo é conviver com a diversidade. De certa forma, as retaliações também avançam com o tempo: fogueiras, apedrejamentos, enforcamentos, exclusões, piadas, desprezo, ofenças, ponta-pés, olhares, despensas.
Eu tento. Eu exercito minha tolerância. E cada vez que eu acho que vou explodir, eu penso na frase do Aristóteles:
"Mesmo não concordando com o que você diz, lutarei até o fim pelo seu direito de continuar dizendo o que pensa, sempre."
É isso.
2.12.09
As cores no lugar das palavras
29.10.09
Chega de desculpas
Sem desculpas para o atraso
Sem desculpas para não ter que fazer o que você não está a fim
Sem desculpas para não fazer o que você não acha certo
Sem desculpas para discordar
Sem desculpas para fumar
Sem desculpas para fazer sexo com alguém do mesmo sexo que você
Sem desculpas para dizer a verdade
Sem desculpas para a espontaneidade
Sem desculpas para não seguir os padrões
Sem desculpas por acreditar na sorte, no horóscopo, nos búzios
Sem desculpas por ser rico ou pobre
Sem desculpas para as suas, nossas, vossas rugas
Sem desculpas para a sua idade, raça, credo, crença, conceito.
Sem desculpas por dar certo ou errado
Sem desculpas para o esquecimento.
Sem desculpas para pedir a conta.
Sem desculpas para o momento!
Quero um mundo sem culpas, para que a gente não tenha que pedir tantas desculpas.
9.10.09
Grandes frases de verdade
Quando alguém me entende, fico besta.
Hilda Hilst
Poetas são engarrafadores de nuvens.
Pitigrilli
Nenhum poema escrito por quem bebe água pode durar para sempre.
Horácio
Um poema nasce quando uma ansiedade encontra uma técnica.
Lawrence Durell
O verdadeiro poeta é aquele que encontra a idéia enquanto forja o verso.
Émile-Auguste Chartier Alain
Romance é a arte de destelhar casas sem que os transeuntes percebam.
Carlos Drummond de Andrade
O homem ou torna-se louco ou faz versos.
Horácio
O escritor original, enquanto não está morto, é sempre escandaloso.
Simone de Beauvoir
Um olhar diferente muda um conceito de cabeça para baixo.
Glória Kalil
Em todas as artes que os sábios se destacam, a obra-prima da natureza é escrever bem.
John Sherffield
Fiz uma tempestade no fundo do tinteiro.
Victor Hugo
Gastar é um prazer do poeta.
Abel Bonnard
Tornar-se poeta é uma doença incurável e contagiosa.
Miguel de Cervantes
Um poeta olha para o mundo como um homem olha para uma mulher.
Wallace Stevens
O tema permanece e a forma se perde.
Pierre de Ronsard
Pensar é um dos atos mais eróticos da vida de uma pessoa.
Nélida Piñon
24.7.09
Indignada já ficava a sua avó!
São 15 para uma da madruga. Sentada no sofá de casa em frente à TV, assisto, indignada, notícias da vida real.
Ao meu lado, minha gata persa/bagaceira ronrona inocente, felizmente imune a todas as safadezas do mundo.
Vejo, ouço, escuto, não entendo, repenso e concluo o óbvio: somos todos reféns das injustiças da vida. Fadados à indignação eterna que insisite em cobrar de nós impostos morais desumanos.
Notícias do mundo real misturam tragédias e mamatas tão surreais que, no fim das contas, resultam em um descrédito quase total das nossas vidinhas tão insignificantes.
Fatos contradtórios que acabam gerando um sentimento comum:
Inferioridade em relação à bandidagem, que é muito mais bem armada, preparada e paga do que ele, funcionário do estado com seu 38 precário e baixo salário.
Do outro lado do Brasil, no meio do nada do cerrado, na capital do Brasil dos altos salários, dos benefícios absurdos, das ajudas de custo milionárias,dos nobres colegas, do Brasil que não tem crise. Mais uma figura histórica, da espécie politicus tradicionalis, que até cadeira na academia brasileira de letras tem (não se sabe porque cargas de canetas!), deita e rola no país como se fosse a sua casa. Manda e desmanda nos mais altos escalões do nosso nobre/pobre poder, beneficiando-se em tudo o que pode, em prol dele mesmo e de sua nobre família numa demonstração clássica do nepotismo tupiniquim que impera nesse país tão pobre.
Aliás, por que será que as palavras “pobre” e “nobre” se aproximam tanto em sua grafia e sonoridade? Uma coincidencia linguístia da nossa lingual, ou seria mais uma ironia – que coloca lado a lado contradições gritantes? Ou uma brincadeira de mau gosto da rima, em poesia e prosa, querendo nos dizer alguma coisa em suas entrelinhas?
O Brasil é lindo, mas que pena que o Brasil é o Brasil!
Se você também se sente indignado, acesse o link abaixo e faça parte desse manifesto que está ganhando o mundo:
6.5.09
Teóricos S.A.
Esses teóricos cheios de discursos prontos
Cheios de moral
Com suas respostas de sempre
Sempre iguais para todas as perguntas
Fingindo favores impossíveis
Carregando suas pedras de isopor pra lá e pra cá
Supervalorizando seus pequenos esforços
Vendendo ideias vazias como se fossem proezas
Esses teóricos de vida
Cheios de si
Com seus olhares superiores
Sempre os mesmos ares para tudo e para todos
Impondo seus achismos
Buscando platéias para seus espetáculos repetitivos
Batendo no peito com seu orgulho velho
Escondendo a falta de prática atrás de seus papos furados
24.4.09
Saudade de mim
Aperto na alegria da minha vida
Tempos difíceis esses
Recessão de afetos, carinhos, verdades
Saudade
Vazio ecoando nas esquinas dos dias
Lugares desocupados de repente, sem nenhum aviso prévio
Saudade
Vácuo sentimental pulsando capenga pelas artérias
Caminhos frios, rios de tinta invisível escrevendo histórias inspiradas no nada
Saudade
Corte profundo na pele pálida da madrugada
Hemorragia desatada correndo solta, sem rumo, sem parada
Saudade
Buraco aumentando no mundo e sufocando minha atmosfera
No fundo me afundo no elo perdido, sozinha no escuro, ausência total de mim mesma
Saudade infinita da cara metade
Que às vezes me invade
Surto no branco
Frente sem verso
Metade de mim
Reverso da minha vontade
Avesso do meu desejo
Coroa meus pensamentos
Não me deixa em paz