30.11.08
Primeiro amor - bis
Ano atrás de ano e eu atrás de você
Te queria de todos os jeitos
Em qualquer credo
De qualquer meio
Entre vida real, sonho e pesadelo
Chorei e ri você
Guardei teu segredo
Não sei onde esqueci
Só sei que me perdi e te perdi
E agora não penso mais
Vivo só, de desejos
Primeiro amor
Você vai e só fica o medo
Medo de perder o tempo
O tempo dos verbos
A troca dos pronomes
O meu, o seu, o nosso tudo
E, de repente, o meu nada
E você vai embora de novo
Fica o nosso pelo meu
O tempo vai passando e tudo vai ficando por isso mesmo
E nós vamos ficando por tudo isso
Por tudo que é verdade
Pela realidade dos fatos e dos afetos
Você volta e só fica a vontade
E eu fico à vontade para conjugar a minha verdade
Em você, todas as minhas verdades
Você, na ponta da minha língua
Eu decoro e não esqueço
E quando você vai embora
Fica tudo guardado
Aqui, dentro do meu sentimento
E quando você volta?
Eu me desespero
Eu espero...
Pra ficar sempre assim...
Com você
Juízo Final
Quando o brilho da tua alma se fizer espelho dos desencontros meus
Quero estar preparada pra não negar nenhum desejo teu
Mediocridades
Você pode encontrar o sentido da vida em inúmeras coisas,
mas seguramente,
não vai encontrar nada mais sem sentido do que um homem e sua coleção de mediocridades.
mas seguramente,
não vai encontrar nada mais sem sentido do que um homem e sua coleção de mediocridades.
Vampiros Modernos
Os vampiros estão em todos os lugares, santos ou malditos, convidados ou bicos, noite e dia.
Sempre querendo mais do que a gente pode dar,
E isso já dura uma eternidade.
Sempre querendo mais do que a gente pode dar,
E isso já dura uma eternidade.
22.11.08
As coisas
Billy, o gato da casa em seu momento "qualquer coisa"
As coisas não são assim...
Até as cores têm suas nuances diferentes
As estrelas, dimensões diferentes
As palavras, efeitos diferentes
As ruas, sombras diferentes
O dia, emoções diferentes
A noite, luas diferentes
A comida, sabores diferentes
A paisagem, olhares diferentes
Longe do simples, a vida vive
Respirando ares novos
Se alimentando de experiências e novidades
Acumulando dias iguais e diferentes
Formatando o seu tempo em tempos curtos, corridos
Contando a sua história em fatos vividos
É... as coisas não são assim...
Como imaginamos
Como queremos
Como sonhamos
As coisas fogem assim...
Como as palavras mais importantes, nos momentos mais decisivos
Fogem como as crianças do banho no melhor da brincadeira
Como os bichos de estimação, quando vêem seus pares passarem do outro lado da rua
Fogem como as respostas das perguntas difíceis e constrangedoras
Não... As coisas não são assim
O controle é uma linha imaginária e elástica que estica até se perder de vista
As coisas fogem assim...
Do controle das aulas chatas e maçantes que enforcamos de vez em quando
Do controle dos conselhos que não conseguimos seguir
Do controle dos sentimentos que sempre falam mais alto que a razão
Do controle dos ponteiros dos relógios que não param, são exatos
Do controle das horas que fingimos enganar, imaginando que o tempo pode parar
Até as coisas fogem...
Enganam...
Na sua simplicidade inanimada de coisa
Na sua condição de depender da vontade alheia para ser alguma coisa, qualquer coisa
Na sua eterna necessidade de ser útil
Na sua perigosa iminência de ser instrumento dos desejos mais insanos
Na sua incontrolável mania de servir para qualquer intenção
Na sua amorfa condição de se transformar em tudo o que se quer
Até as coisas fogem...
Nos enganam...
Fogem loucas para algum lugar, bem longe do nosso controle
Viva la vida!
O telefone
Se liga, te ocupa.
Se não toca, te encuca.
Se dá ocupado, te deixa maluca.
Se deixa recado, te deixa na dúvida.
Se não atende, te deixa puta.
Se é engano, te faz perder tempo.
Se bate na cara, é desengano...
Há muitas possibilidades do outro lado da linha.
E uma conta enorme no final do mês.
A nossa casa
A casa é construída de pés, vezes no chão, outras não.
Paredes feitas de asas, vezes grades.
Tetos feitos de cabeças, vezes ocas, vezes muito ocupadas.
Linhas curtas
Parada, em frente aos Lusíadas que enfeita a minha estante, me pergunto:
Sou mesmo assim, tão ignorante?
11.11.08
Pensamento conjugado
Eu penso que penso
Tu pensas que pensas
Ele pensa que pensa
Você pensa que pensa
Nós pensamos que pensamos
Vós pensais que pensais
Eles pensam que pensam
E assim todo mundo segue pensando que pensa
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